sexta-feira, 10 de junho de 2011

Gotas de um chover qualquer.

Teus braços envolviam a fragilidade de meu corpo e circundavam nossas almas em um anoitecer. As gotas d’água absortas de um oceano, caiam sob nossas faces em quedas sutis. Meus olhos fechavam e abriam segundos depois, olhando os teus sorrirem. E sorriam tão bonito, sorriam como os de uma criança. Havia uma fortaleza resguardando nós, teus braços me protegiam do mal, do futuro incerto, das mentiras de outrora, teus braços em meus braços. Mas as gotas caiam forte e mesmo no mais singelo querer não podíamos ficar. Dançamos mais uma vez conforme nossos sonhos e deixamos mais gotas caírem em outrem. Mas tudo bem. Você me contaria histórias para dormir, inventaria castelos e dragões, bem aqueles que víamos nas nuvens, beijaria minha testa e me cobriria no inverno. Isso aconteceria se eu ainda fosse frágil, se você ainda estivesse aqui. Teus olhos distantes são agora incompreensíveis, não me dizem verdades, nem mentiras, não, não me dizem absolutamente nada. Braços, braços, não há mais braços. Há um pequeno rasgo entre aquilo que me fortalece. Tua boca é muda, muda da vida e de meus sonhos, de qualquer dito melancólico de insensatez. Não, não existem histórias… O dragão morreu? Pois não há nada, nada mais, nenhuma marca para contar a minha história. Nos divergimos em nosso próprio sangue. O mesmo sangue. Mas olhe, está chovendo lá fora… Não quer dançar novamente?

Nenhum comentário:

Postar um comentário