quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Alarde

Que tem de doce a vida quando em mim explode?
Um chumaço do frasco da minha ferida
A cada dia morre como incandescência
E como cala o dia quando precipita...

O meu amor todo verso encomprida
A cada nova estrofe, de querer somente
O peito morde, e o calar da vida
Canta os veraneios de novo afluente.

E agora tola, e feliz tola ou muda
Muda dos versos que já não me descem
Ou das miúdas coisas tolas que semeio;

Porque o silêncio conta a coisa aguda
Dos que sentem tanto, e que se não fenecem,
Fazem da vida a agulha no febril palheiro.

Nenhum comentário:

Postar um comentário