domingo, 4 de julho de 2010

É tudo tão terminativo..

De formas claras e simples banalizamos o verbo amar. Ama-se o esmalte vermelho-puta, o chaveiro do carro, a cor da parede da casa; ama-se sempre algo... Ama-se. Precisa-se do amor. É a maior vergonha da sociedade atual. Ama-se sempre um alguém... Não é verdade? Sim. Porém, são tantos, tantos alguéns... É tanto exagero, tanta vergonha! Antigamente, amor era algo puro. E pecado, quiçá. Esse amor moderno, em mim não tem chance, não. As pessoas andam cada vez mais manipuladas! Um livro? Não se existe tempo para ler. Sair com os amigos - que são amados - para usar drogas - que são amadas - é, realmente, muito melhor que meter os olhos num amontoado de letras que se embaralham depois da segunda página, que falam de um casal cujo amor era impossível... Que é isso, não existe! Eu te amo, fiquei para perguntar seu nome mas acabei esquecendo. Como é? Eu te amo e um mês depois... foi-se! Tudo, termina. Terminar é um verbo tão bonito... Tudo termina. O amor, bonito como era, que nas nuvens nos fazia andar, que flores entregava, que sorrisos colhia, que suspiros arrancava, que corpos unia... Terminou. E assim vai seguindo. É simples. Não precisamos de algo verdadeiro, concreto. Queremos acreditar no sempre que termina na outra semana. Queremos acreditar que não somos completos e não temos carácter se não tocarmos a boca e o corpo de muitas-muitas pessoas! Termino-me aqui, também. Ama-me, já que sou humana. Enquanto enojo-te, por ser um amador vulgar e comum.

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